Se as mãozinhas do seu bebê já não param de pegar coisas – e o pequeno leva tudo à boca! – é hora de se preparar para mais uma fase de grande aprendizado: comer sozinho. Como explica a presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Roseli Sarni, as crianças se desenvolvem em ritmos bastante diferentes, por isso é difícil determinar a idade precisa do início da autonomia. "Com sete ou oito meses pode ser o momento de incentivá-lo a comer sozinho. É importante que os pais observem se o bebê já troca os objetos de mão, explora as coisas com a boca e, principalmente, se senta sem apoios. Sentar sem ajuda indica maturidade suficiente do sistema digestivo para comer sozinho", ensina a pediatra.
De acordo com a especialista, a criança demonstrará interesse de comer sozinha quando estiver preparada e os pais devem incentivar, apesar da bagunça que esse momento gera. Comer sozinho cria sentimentos de autonomia e confiança no bebê, além de estimular o desenvolvimento motor, especialmente a coordenação motora fina. "Essa é uma conquista importante para a criança, e não só do ponto de vista do desenvolvimento da sua capacidade manual. Comer pela própria mão é o começo da autonomia, da independência, da sua afirmação como pessoa", explica Dra. Roseli. Portanto, mamães, forrem as mesas e o chão e relaxem. Se a bagunça desesperar, lembrem-se que essa fase passa!
A supervisão do adulto é muito importante. Também
é bom observar se o bebê tem propensão a engasgar, se ele já come
papinha amassada com o garfo ou se ainda prefere o alimento passado na
peneira
No início, a criança vai querer comer com as mãos. A médica diz que
os pais devem permitir, afinal, esse gesto dá à criança muito prazer.
Ela não estará apenas se alimentando, mas exercendo uma atividade
lúdica, amassando os alimentos, conhecendo novas texturas, observando as
cores. "Podemos, gradativamente, ir desencorajando a criança a comer
com as mãos, e incentivando o uso de talheres macios, para que ela não
se machuque ao utilizá-los. A tolerância com a sujeira é fundamental e a
bagunça faz parte da aprendizagem. O excesso de rigidez pode interferir
no prazer da criança em explorar o alimento de maneira mais ampla",
afirma.O que vai à mesa
A princípio, o alimento não vai à mesa, mas à mão mesmo. O bebê pode receber biscoitos, frutas e até pedaços de carne para que ele leve à boca e conheça novos sabores. A pediatra Roseli Sarni alerta que os alimentos devem ser difíceis de partir porque a criança ainda não mastiga: ela vai ficar "chupando" a comida até que derreta. Esse cuidado evita os temidos engasgos. "A supervisão do adulto é muito importante. Também é bom observar se o bebê tem propensão a engasgar, se ele já come papinha amassada com o garfo ou se ainda prefere o alimento passado na peneira. No segundo caso, pode ser melhor esperar um pouco mais." A médica comenta que as crianças se protegem dos engasgos com a tosse, mas que devem ser evitados a todo custo alimentos pequenos e redondos, como amendoins. Eles "descem" muito fácil e podem gerar problemas sérios – se o socorro não chegar a tempo, a criança pode até morrer.
Dra. Roseli alerta ainda para a qualidade dos alimentos: nada de biscoitos recheados e gordura trans. É bom evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, especialmente nos primeiros anos de vida. O sal deve ser usado com moderação e deve ser oferecida água porque os alimentos oferecidos ao lactente apresentam maior sobrecarga para os rins.
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